segunda-feira, 25 de julho de 2011

PAZ, AVENIDA DE MÃO DUPLA

Proclama velho ditado árabe – “não se consegue bater palmas com uma única mão.” Em criança, comum ouvir o mesmo provérbio doutra maneira – “quando um não quer; dois não brigam”. Pura verdade.
 Soubessem os homens quantas desavenças poderiam resolver com gestos recíprocos de boa vontade, há muito estariam falidas as indústrias bélicas que sobrevivem de alimentar conflitos em terras distantes.
 Talvez não seja simples sonho imaginar uma conscientização global sobre a necessidade de se direcionar mil esforços para exterminar a fome no mundo e diminuir desigualdades sociais que impedem o desenvolvimento sustentado de centenas de nações espalhadas por toda parte do Planeta.
 A humanidade, enfim, – por que não? - dar-se-á conta de que este minúsculo astro é a única morada disponível para quantos aqui nasceram.
Melhor cuidada, a Natureza saberá como retribuir empenhos em seu benefício.
 Uma Civilização melhor refletida atrairá proveitos ao próprio o Homem, sujeito e objeto do Bem Estar Comum.
 Em ambos os casos, o progresso a registrar vincula-se à transformação, para nível superior, da “qualidade de vida” na terra.
É quanto basta para se pavimentar o caminho da Paz entre os povos.
Acredito não esteja a formular nenhuma teoria utópica. Problema será ajustar a doutrina com a prática.
Tudo dependerá das elites dirigentes, da força de liderança de que dispõem e do emprego da vontade política para estabelecer uma nova ordem internacional capaz de priorizar valores atados aos direitos de liberdade e respeito à dignidade de qualquer Cidadão.
 Não faltará o clamor pessimista - “as quimeras tendem às frustrações.
Custa tentar o primeiro passo? Acreditar na possibilidade de se incentivar um rearmamento moral onde a opulência originária da desonra seja menos poderosa, os pobres menos sofredores e o trabalho honesto reverenciado como paradigma a seguir?
O Século XX foi trágico e sedutor. Deixou-se abater por morticínios e holocaustos. Todavia, comprovou que amores às ideologias terminam como castelos de areia, construídos à beira-mar. Desmoronam com incrível rapidez.
 Debite-se grande decepção ao fato de não ter sabido conciliar avanços científicos com o humanitarismo sedento de justiça.
É Iníquo concentrar o maior volume de pães no menor número de cestas. Falso acreditar na promessa de se colocar um pão em cada uma delas. O Ideal será distribuir maior quantidade de pães na maior quantidade de cestas.
Compromissos realistas atendidos com seriedade, compreendidos e aceitos como de interesse coletivo, nunca desencantaram ninguém. Quem desconhece a História, obriga-se a repeti-la – para o bem ou o mal.
Esta geração encontra-se diante de confusa encruzilhada. Raríssimas vezes o Ser Humano sentiu-se desafiado como agora.
É época de decisão – qual rumo seguir?
O livre-arbítrio individual foi acionado; o juízo de consciência colocado à prova.
 Decifra-me ou te Devoro” – insiste a Esfinge
- “O Homem é o Lobo de si mesmo” – relembra Hobbes.
- “Amai-vos uns aos outros” - pregou o Nazareno.
- “Enquanto houver possibilidade de nascer uma flor, eu acredito...” escreveu a pequenina judia Anne Frank.
O escriba confia, embora seja difícil profetizar na era das Profecias.
Hosana ao otimismo

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