Quando
Marolas balançam,
Sobe a maré sem cuidados,
Cresce a lua cor de prata,
Retornam barcos ao porto
Protegidos por gaivotas distraídas...
Nasce a saudade de mim!
Quando
Na praça esquecida,
Passa o bonde restaurado,
Lá ao longe um trem apita,
Chora a viola dolente,
Relembro o realejo,
A festa dos bem-te-vis...
Tenho saudade de mim!
Faltam sorrisos na rua,
Brinca-brinca na calçada,
Gira-gira de piões,
Pula-pula, amarelinha,
O chuta bola inocente,
O carrinho de pipoca,
O futebol de botões...
Cadê a moça menina, primeiro beijo de Amor?
Guardo saudade de mim!
Neste velho grande mundo,
Tudo da gente se afasta,
São mil rosas multicores
É o mesmo sol a brilhar,
Mas a terra é diferente,
Não tem mais aquele encanto.
Quanta saudade de mim!
Vem do mar toda poesia.
Ecoam rimas distantes,
Surgem palavras d outrora,
Tristezas interrogantes...
E num pranto solitário,
Suspirando de angústia,
Saudade, por Deus suplico:
Nunca pergunte por mim !
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